De todas as que escrevi.

Quando penso nesses momentos de loucura e pensamentos meus, tenho um profundo desejo de enviar todas as cartas que escrevi. Sabe, aquelas que escrevemos na hora de extrema necessidade de alguém, onde você só escreve fatos que só você mesmo pode saber, pode ouvir e testemunhar. 

São momentos únicos, em que estamos a sós com nossos "eus" e o que parece mais importante naquele minuto é declarar-se pra si mesmo, como uma egolatria, só pra massagear um pouco a moral, não é? Escrevemos o quanto gostaríamos de ser amados ou o quanto amamos, mas nunca conseguimos nos virar do avesso pra alguém... Nunca conseguimos dizer EXATAMENTE o que passa em nossas mentes na hora em que elas estão lá... 

E sempre olhamos pra trás e nos perguntamos: Por que eu não falei aquilo NAQUELA hora? E é sempre assim, você sempre vai pensar: " E SE..."  Se você falasse tudo que tem vontade quando sente, com certeza serias mais feliz, mais livre, mais leve... Mas, você ainda se amarra no: "Ah, eu posso magoar, e blá blá blá". E quando a outra pessoa faz isso e te magoa? É justo? É justo guardar palavras que poderiam ser ditas pra salvar um relacionamento, por puro orgulho? Sinto que as pessoas começaram a tomar isso pra si e simplesmente decidiram não discutir mais, as pessoas são dialogam mais sobre como poderia ser melhor seu namoro, sua amizade, sua relação social, ou até mesmo sobre o que aconteceu no jantar anterior. Parece um velório, com aquele silêncio mortal, que deixa por si mesmo falar. É completamente estranho, é completamente vazio... 

Isso piora se você ESCREVE esses acontecimentos. Escreve SIMULAÇÕES desses momentos... O que você poderia ter falado, ou que você poderia fazer. Por favor, queridos, poupem-me. SINTAM e VIVAM o que existe dentro de vocês! É maravilhoso poder se libertar das amarras do coração e se virar do avesso. Admito que é MUITO difícil e é preciso coragem, mas com um pouco de esforço, você chega lá! 

Quando pego cartas que escrevi (e muitas publicadas aqui no blog), e [RE]leio, tenho vontade de escrevê-las novamente e enviá-las, mas infelizmente ainda não tenho coragem... Coisas que senti, que coloquei pra fora pra não morrer, pra não me envenenar, não me contaminar outra vez. (...)